O Seminário - ELAS EXISTEM: MULHERES TRANS NO SISTEMA CARCERÁRIO DO RN está sendo organizado pela Articulação AIDS/RN e Fórum LGBT potiguar, é parte da programação do dia Internacional da Mulher e tem como objetivo a promoção do debate a respeito das condições de encarceramento da população trans e travesti no Rio Grande do Norte. Ocorrerá amanhã, dia 15 de março do presente ano, das 08 às 17 h, Auditório do SEDIS/UFRN.
Começo a defesa da importância deste seminário com a seguinte frase que ouvi dentro de uma igreja presbiteriana, a citar: "A HUMANIDADE ESTÁ NO FUNDO DO POÇO".
Tal frase resgatada acima, proferida pelo pastor na referida igreja, buscava defender a ideia que tudo estava perdido e os problemas dos humanos não teria solução, a não ser que se buscasse a Deus.
Pois bem, não abordando a ideia da INEXISTÊNCIA OU EXISTÊNCIA de Deus, mas apontando para esta pergunta, o que nos levará a evitar o fundo do poço ou sairmos dele? É necessário repensar esse nosso momento histórico.
E como superar o fundo do poço? Se é que estamos nele.
Hoje a maneira mais forte e crucial de se rebelar contra esse sistema social e econômico que gera o fundo do poço, é debatendo a questão carcerária.
É importante perceber que quando o SER HUMANO é condenado e forçado a viver privado de liberdade por ter cometido um delito é a prova de que o convívio em sociedade não deu certo. Logo, uma sociedade que falha, precisa de consertos e não é apenas o delituoso que precisa de conserto.
É comum as pessoas ao analisarem o DELITO, culpar apenas o DELITUOSO. Como se o ser humano não recebesse influência do meio que vive. De forma equivocada é como se ser o ser humano já nasceu mal e não o meio que o criou.
Profundo erro perceber assim.
Nós os humanos recebemos influência social. Por isso somos HUMANOS. Fazemos cultura. E a cultura é processo construído coletivamente. Em sociedade.
Hoje no mundo temos mais de 11 milhões de pessoas presas e no Brasil mais de 832.000.
São seres humanos que estão presos e precisam de olhar humano. Caso contrário deixaremos de SER HUMANO.
São nossos irmãos presos.
Precisamos buscar ajudá-los e ao contrário de entender que BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO, BANDIDO BOM É AQUELE QUE DEIXA DE SER BANDIDO E SE INTEGRA A SOCIEDADE, NÃO COMETENDO MAIS DELITOS.
Agora para que esta reinserção social seja exitosa, necessitamos construir espaços de recuperação e não PRISÕES. Jaulas que prendem delituosos.
Se tais prisões terão o papel de isolar o delituoso do convívio social, mas precisa além de ter tal função ter o objetivo de salvar esse ser do delito cometido. Caso contrário não tem sentido sua função.
O que encontramos em todo o sistema prisional do país é justamente um espaço que gera mais delitos. Nunca que busca superar.
Precisamos repensar qual o verdadeiro papel das prisões.
Por que não são espaços de recuperação do ser humano?
Afinal, somos todos irmãos e irmãs.
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