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sábado, 16 de dezembro de 2023

ELEIÇÕES PARA DIREÇÕES DE ESCOLAS MUNICIPAIS EM MACAÍBA: UMA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA OU BOICOTECRÁTICA

 

As eleições para diretor e vice-diretor, traz em si alguns sinais de possibilidades, para se pensar o chão da escola. Seria como disse Freire "tomar em nossas mãos", aquilo que podemos e sabemos. E uma dessas coisas do ponto de vista democrático, seria o que fazer para democratizar o saber.

Desta perspectiva, trago neste texto, nossas impressões sobre o pleito recém realizado na cidade de Macaíba, de modo "específico" na Escola Deyse Hall, no bairro das Campinas.

Desta eleição nos foram proporcionadas muitas situações de aprendizagens, enquanto "eterno aprendiz", como diz o poeta. É hora de pensarmos sobre o fenômeno social, tendo como base as palavras de Freire, numa perspectiva "reflexiva e não reflexa".

O fenômeno das eleições naquela escola, merece de nossa parte, uma discussão sobre o ocorrido. Não se tratou, de "escolhas democráticas", ao contrário, nossa frágil mas importante democracia, possibilitou manobras, a que eu particularmente chamou-as de "boicotecráticas", ou seja tudo o que deu sustentação a insignificante votação, teve como pano de fundo, a falta de conhecimento e o uso do conhecimento, numa perspectiva corporativa, o que é a reafirmação de um dos elementos cruciais para os resultados pífios da educação escolar dos filhos de trabalhadores, ora empregados ora desempregados.

Esta situação é de fundamental importância para o dominador, é mantida e alimentada por práticas pontuais, capazes de "alegrar os corpos e iludir a alma", se assim podemos definir. Alinhado a este fenômeno encontra-se as concepções de educação escolar, de gestão escolar, de ensino escolar, de alfabetização e de parceria "família-escola", encontra-se a "ordem" para cuidar bem da comunidade.

As eleições nas escolas, não deveria perpassar pelo conceito de "poder partidário"; esta é uma das manobras cruciais, porém alimentadas, ainda que sutilmente por parte de muitos professores. Vemos claramente em suas falas o equívoco do ponto de vista conceitual – não podemos negar que isto é grave. A democracia nas escolas, além da administração dos recursos carimbados, deveria ter clareza de sua principal coluna – o ensino e seu produto. E, esta é a parte mais prejudicada e que deveria ser pensada.

As eleições nas escolas, não foram pensadas na perspectiva de "tomada de poder" as manobras de grande alcance, que dão sustentação a indiferença deste processo, são maléficas a toda a sociedade. Sem perceber a essência das manobras, a escola demonstra claramente a serviço de que e de quem estar.

Os resultados das eleições na escola Deyse Hall, não representam derrota, para as professoras Thays e Kátia, ao contrário, entram para a história, como profissionais conscientes de sua função social, de sua existência e resistência. É assim que mulheres e homens faz a história. Vejamos os anais da história e comprovaremos.

A coragem em fazer valer a letra da "lei" ainda que capenga e mal-intencionada, enaltece e reafirma o conhecimento de que não se faz educação de qualidade, apenas no papel. As professoras que tiveram a coragem de passar por este berço, sabendo que enfrentariam o boicote apregoado, mesmo assim externaram o que pensam e que poderia experimentar juntos numa relação escola-família-escola.

As duas professoras sabiam desde antes e no decorrer, conforme circulava que - não ganhariam as eleições. Um turno inteiro não votaria e no turno no qual trabalham apenas seis professoras votariam. Portanto, estas professoras, pela consciência que tem são partes desse processo, compõem simbolicamente a chapa, que for a boicotada, que no âmbito do entendimento de democracia, encontrou sustentação.

Essa situação nos lembra, as últimas eleições para Presidente da República, que em nome da "lei" foi deflagrada ações fiscalizadoras nas estradas, com o propósito de impedir, que eleitores votassem. E, o que foi aquilo, senão um boicote em nome do trabalho?

E, concluímos:

Como podemos afirmar que ensinamos bem?

Se usamos a lei e a fé, para alienar, para boicotar?

E, não estamos negando a formação acadêmica de professores, não absolutamente não, mas estamos a dizer com base nos ensinamentos de Paulo Freire, que ainda saindo ou continuando nas academias, quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar opressor. E fechamos: As eleições na escola Deyse Hall, nos convida a estudar mais. E a nossa Chapa, representada pelas professoras Thays e Kátia, não se sente "derrotada", ao contrário nos fortalece para a luta histórica da educação.

Ermelina Maria Palhares de Melo

Professora da E. M. Deyse Hall – Macaíba-RN

Um comentário:

  1. A escola tem que está nas mãos de pessoa capacitadas. "Tem meu apoio".

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